Descrição enviada pela equipe de projeto. Entre as zonas úmidas de água doce e uma foz de somente seis metros sobre o nível do mar, o local desta residência exige uma extraordinária sensibilidade em relação as preocupações ambientais. O zoneamento local restringe a cobertura máxima da estrutura e a proximidade com as áreas alagadiças, enquanto os requerimentos da Fema estabelecem que a estrutura do térreo esteja acima do nível base de inundação. Por tanto, levando em conta as exigências, a volumetria básica da residência está pré-determinada e limitada, 1.900 m² de desenho, 2 metros acima do solo. Os espaços internos são organizados e articulados através de um sistema estrutural inovador que permite a entrada de luz e ar por toda a residência.
Considerando que a maioria das construções a beira mar utiliza os pilotis para estabelecer um térreo artificial, sobre o qual uma residência convencional é construída, neste projeto esses elementos estruturais são integrais: 16 pilotis expostos, laminados, fora das paredes envolventes para cada um dos três dormitórios, contínuos do chão ao teto.
Os espaços entre os pilotis funcionam como "serviços públicos", armário, escritório, lavanderia, dispensa e compartimento com chuveiro. Além destas utilidades convencionais, três espaços verticais se abrem entre os pilotis para servir de apoio aos espaços ao redor deles.
Sem ocupar as limitadas coberturas permitidas, estas áreas abertas agregam um valor considerável diante da melhoria na qualidade do ambiente interior da residência e da diminuição do seu impacto no meio ambiente local. O benefício é triplo: cada abertura atrai luz, os espaços interiores abaixo da garagem conduzem as águas pluviais da cobertura até o solo através de calhas esculpidas nos pilotis, e sendo ventilados por um shaft de ar que passa no centro da estrutura.
Na cobertura, os pilotis projetados dividem o espaço entre o deck, coincidindo diretamente com as áreas de estar abaixo e um sistema modular instalado acima de cada dormitório para reduzir o escoamento. O pilares projetados também servem como suporte para os painéis fotovoltaicos que impulsionam a energia geotérmica, utilizando a água do subsolo para aquecer e resfriar a residência. No térreo, o espaço abaixo da residência é utilizado para o estacionamento e para depósito, o que minimiza o impacto da construção no local.
Ao permitir que os espaços vazios penetrem na residência, os proprietários possuem múltiplas conexões visuais com a paisagem, abaixo, dentro e acima da residência fomentando um sentido de lugar.
Originalmente publicado Janeiro 19, 2015.